segunda-feira, 8 de agosto de 2011



– Só sei que nós nos amamos muito…
– Porque você está usando o verbo no presente? Você ainda me ama? 
– Não, eu falei no passado! 
– Curioso né? É a mesma conjugação. 
– Que língua doida! Quer dizer que NÓS estamos condenados a amar para sempre? (…) 
– E não é o que acontece? Digo, nosso amor nunca acaba, o que acaba são as relações… 
– Pensar assim me assusta. 
– Por que? Você acha isso ruim?  
– É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais… 
– Você usou o verbo ‘doer’ ou ‘doar’?
(Pausa) 
– Pois é, também dá no mesmo…” 
                                            (Caio Fernando de Abreu)

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