quarta-feira, 31 de agosto de 2011



Eu tenho medo que todo esse ódio que eu juro ao mundo sentir, seja apenas mais uma das invenções da minha cabeça, alguma invenção para abafar um grande amor ou a falta de um. 
                                                    (paulagrando)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011



Faz tempo que não rezo mais pedindo a Deus pela sua proteção, agora ando olhando para o céu e pedindo pela minha, “me proteja dessa gente que não sabe amar...”
Eu ando precisando me recompor, preciso me livrar dessas lágrimas que insistem em encontrar meus lábios, preciso dar um jeito de mandar embora toda essa dor que ando carregando dentro do meu peito. E no meio desse turbilhão de sentimentos, anda cada vez mais difícil conseguir separar quem é bonito ou feio de alma, não consigo saber quem ama de quem finge amar, na verdade acho que nunca consegui saber quem é quem nesse mundo, só torço para encontrar alguém de verdade no meio dessa merda toda. E que merda que se tornou o amar, o amar dói, machuca e nos corrói, podem me dizer que o amor é lindo, o amor é isso e mais aquilo, que o amor te deixa nas nuvens (se bem que pelo tamanho do meu tombo eu deveria estar nas nuvens mesmo). Eu imploro para vocês só entreguem seus corações para quem for de verdade, porque dar seu coração a alguém que não sabe amar é suicídio.
                                                                        (paulagrando)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A louca do jardim



Pra onde vai o amor? De manhã eu preciso buscar um remédio pra minha mãe, depois tenho pilates e às 11 em ponto preciso estar na agência pra decidir um roteiro de vídeo para uma apresentação interna que o cliente vai fazer para a área comercial. Pra onde vai o amor? Quero aparecer na sua agência, subir as escadas correndo porque essa pergunta precisa ser feita de peito ofegante. Pra onde vai o amor? Você tem a apresentação de uma concorrência. E tem uma equipe, uma mesa, um lixo, um carro alto, um cabelo grande, um sobrenome importante, um quadro caro, uma ex namorada top model, dezenas de garotinhas apaixonadas. Pra onde vai o amor? Porque quando deitamos no chão da sua sala e você me perguntou "quanto tempo você demora pra dizer que ama?". Porque quando você me mandou aquele e-mail falando que dormiu bem quando me conheceu. Porque a gente estava tão nervoso no dia do Astor, Subastor. Porque eu tinha uma escova de dentes aí e você tinha uma escova de dentes aqui. Pra onde vai o amor? O que você fez com o seu? Deu descarga? O que eu faço com o meu? Dai eu te ligo, escondida no jardim da agência que eu trabalho. Chorando horrores. E te peço desculpas. "Eu sei que faz só um mês que estamos juntos, mas o que você fez com o nosso amor?". Por que você ficou frio e sumiu e esqueceu e secou e matou e deletou e resolveu e foi? E você diz que está trabalhando e eu me sinto idiota. Me sinto esfolada viva pelo mundo. Me sinto enganada por anjos. Me sinto inteira uma enganação. Respiro mentiras. Visto desculpas. Ajo disfarces. Porque a gente estava sim se amando mas você correu pra levantar antes a bandeira do "se fudeu trouxa, o amor não existe". Justo você que eu escolhi pra fugir comigo das feiúras do mundo. Porque você me emprestava a mão dormindo e pedia colo vendo tv e queria me fazer camarões fritos e escondia as meias suadas quando eu chegava antes do que você esperava. E você me perguntava o tempo todo se eu percebia como era legal a gente. E então, só pra fazer parte da merda universal de toda a bosta da vida, você se bandeou pro lado do impossível e se foi e me deixou como louca, escondida no jardim da agência, chorando, te perguntando pra onde foi o amor. E você riu e disse "mas eu só estou fazendo minhas coisas". E eu me senti idiota e louca e chata e isso foi muito cruel ainda que seja tão normal. Normal não me serve não encaixa não acalma. E eu achei que a gente podia ter uma bolha nossa pra ser louco e improvável e protegido do lugar comum do mundo mediano adulto das pessoas que riem e fazem suas coisas. E tudo ficou feio, até você que é lindo ficou feio. E eu quis me fazer cortes. Porque viver é difícil demais. E todo mundo me olhando, rindo, fazendo suas coisas. E daqui a pouco eu rindo e fazendo minhas coisas. E no fundo, abafado, dolorido, retraído, medicado, maduro, podre: onde está o amor? Onde ele vai parar? Onde ele deixou de nascer? Onde ele morreu sem ser? Por que eu sigo fazendo de conta que é isso. As pessoas seguem fazendo de conta que é isso. E por dentro, mais em alguns, quase nada em outros, ainda grita a pergunta. O mundo inteiro está embaixo agora do seu lindo e refinado e chique e rico prédio empresarial de milionários. Gritando nas janelas, batendo nas portas, tirando você da sua reunião: o que você fez com o amor? Esse dinheiro todo, essa responsabilidade toda, esses milhões todos, essas pessoas todas que você quer que te achem um homem. E o amor, o que você fez com ele? Enfiou no cu? Colocou na máquina de picar papel? Reaproveitou a folha pra escrever atrás? Reciclou? Remarcou pra daqui dois anos? Cancelou? Reagendou o amor? Demitiu o amor? É o amor que vai fazer você ser isso tudo e não isso tudo que você usa pra dar essas desculpas pro amor. Porque quando eu sentei no cantinho da cama e você leu seu livro de poesias de quando era criança. Porque quando você ficou nervoso porque queria me dizer que naquele minuto não estava me amando porque você acha que amor é isso além do que você pode. Amor é só o que você já estava podendo. O que você fez com esse pouco que virou nada? Com o muito que poderia virar? Eu aleijada, engessada, roxa, estropiada, quebrada, estou na porta, esperando você, por favor, me ensina, o que fazer, vou fazer o mesmo com o meu. Vou mandar junto com o seu. Nosso amor pro inferno, longe, explodido, nada. E a gente almoçando em paz falando sobre o tempo e as pessoas escrotas e o filme da semana. Bela merda isso tudo, bela merda você, bela merda eu, bela merda todos os sobreviventes que riem e fazem suas coisas e almoçam e falam de filmes. E por dentro o buraco gigante preenchido por antidepressivos, ansiolíticos, calmantes, cervejas, maconhas, viagens e mais reuniões. Pra onde foi o amor? De pé seguimos pra nunca saber, pra nunca responder, pra nunca entender. Pra onde? Você lendo o texto mais lindo da minha vida sobre o último dia morando com seus pais, você achando as moedinhas que o seu pai escondia no jardim quando você era criança, você me contando isso tudo baixinho e eu sentindo tantas milhares de coisas lindas, você falando da merda boiando e a dor dos seus fins de amor, você dormindo com seus cachinhos virados para o meu nariz, você fazendo a piada dos ombrinhos mais altos e mais baixos pra tirar sarro dos homens artistas e burocráticos, você por um mês e tanto amor. Todos os cheiros de todos os seus cantos. E agora eu louca porque não se pode sentir, porque senti sozinha, porque não se pode sentir em tão pouco tempo. Que tempo é esse quando o amor se apresenta tão mais forte e sábio que as regras de proteção? Quem quer pensar em acento flutuante quando se está voando? Quem quer pensar em pouso de emergência quando se está chegando em outro mundo melhor? E agora nada e você nada e tudo nada. O amor no planeta das canetas Bic que somem. O amor mais um como se pudesse ser mais um. O amor da vida de um mês. Você com medo de ser mais um e você único e tanto amor e tão pouco tempo. O que você fez com ele para eu nunca fazer igual? Eu prefiro ser quem te espera na porta pra entender. Eu prefiro ser quem te espera na outra linha pra entender. Eu prefiro ser a louca do jardim enquanto o mundo ri e faz suas coisas. Do que ser quem se tranca nessas salas infinitas suas pra nunca entender ou fazer que não sente ou não poder sentir ou ser sem tempo de sentir ou ser esquecido e finalmente não ser. 
                                                  (Tati Bernardi)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O fim de uma história sem fim.


Mal a história começou ser escrita e já trataram de colocar ponto final. Não se termina uma história quando ela está começando a ficar boa, um final mal feito estraga todo o resto. E até que o resto tava bonitinho, palavras de amor pra cá promessas pra lá, flores, chocolates, cartas e um caminhão de sonhos que fora despejado pelo chão, eram sonhos demais, e eles acabaram se perdendo no meio deles, sonharam demais agiram de menos. Agora estou aqui com essa história que não passou do sexto parágrafo, pois algum imbecil tratou de escrever um final ridículo só pra acabar com tudo de uma vez. A história tava tão meiga, tão simples e ao mesmo tempo tão bonita. Ah ela tava bonita! Eu até fiquei emocionada em algumas partes, quer ver quando o mocinho disse para aquela garota o quanto gostava dela, sabe ele usou palavras tão doces; nossa foi tão lindo, ainda mais que algumas lágrimas cintilavam naquele olhar frágil e ao mesmo tempo tão seguro de si. Eu já pensei em amassar essa história e jogar no lixo, já pensei em queimar, mas seria um desperdício dar fim em uma história tão linda por causa de um final mal feito. Então após muito pensar eu decidi guardar esse texto bem escondinho, quem sabe há possibilidade de reescrever o final.
                                                         (paulagrando)


Pena que hoje tudo parece mentira, ou quem sabe um sonho. Sonho. É com isso que nossa história se parece, sabe aquele tipo de sonho que está tudo perfeito e de repente você se vê caindo de um penhasco e acorda com aquela dor no peito?
                                                                         (paulagrando)



Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor? São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno? Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão. Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool. Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado. Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela especial e depois sumiu por semanas. Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saia sexta feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta). Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estria e celulite e histérica com muita coisa para fazer. Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso,querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém. Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha. Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro. Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado. Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta.
Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu. Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo. Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela. Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas. Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança. Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta. Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu. Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando-a sem saber onde enfiar a cara de vergonha. Por estas e outras que eles morreram se amando.
                                              (Martha Medeiros) 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011



– Só sei que nós nos amamos muito…
– Porque você está usando o verbo no presente? Você ainda me ama? 
– Não, eu falei no passado! 
– Curioso né? É a mesma conjugação. 
– Que língua doida! Quer dizer que NÓS estamos condenados a amar para sempre? (…) 
– E não é o que acontece? Digo, nosso amor nunca acaba, o que acaba são as relações… 
– Pensar assim me assusta. 
– Por que? Você acha isso ruim?  
– É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais… 
– Você usou o verbo ‘doer’ ou ‘doar’?
(Pausa) 
– Pois é, também dá no mesmo…” 
                                            (Caio Fernando de Abreu)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011


Depois de me derreter no calor dos seus abraços, eu ando precisando voltar ao normal. Que venha o frio e o desamor para me solidificar novamente!
                                                                               (paulagrando)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011


Hoje eu levantei da cama com certeza que encontraria o amor da minha vida, e bem, eu encontrei. Só que dessa vez a pessoa irá valer a pena, eu tenho certeza. Ela é linda, gostosa, cheirosa, mimosa, sabe cozinhar e adora ler.
Eu passei minha vida inteira em busca desta pessoa e fui encontrar-la da forma mais convencional possível, frente a um espelho. Essa vida, nós faz acreditar que o amor está longe, mal sabemos que o amor tem que começar por nós mesmos. Eu passei a minha vida esperando encontrar um alguém para amar e tudo o que eu precisava era me encontrar para pode assim me amar. Hoje posso dizer que me amo, e você se ama? 
                                                     (paulagrando)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011



Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, to só obedecendo todo mundo. 
Não é isso que todo mundo acha super divertido? Beber e fumar, e beber, e fazer sexo sem amor, e beber e fumar e dançar e chegar tarde e envelhecer e não sentir nada?

                                      (Tati Bernadi)