sábado, 21 de julho de 2012

Tudo tão igual


Essa mania de racionalizar tudo e qualquer situação me faz pensar demais e sentir de menos, desejar demais e ter preguiça de levantar do sofá pra ir atrás. Minha mente insana me diz “pra que ir até fulano, investir em uma conversar pra tudo ser conforme o plano?” Cadê a graça do amor inesperado? De ser surpreendido?
Mesmo sabendo que planejar o amor não dá certo, planejo-o. Agendo o amor – mas desisto – remarco pra daqui dois meses; enquanto planejo cada passo que darei, cada frase que usarei, cada olhar que lançarei; faço tudo isso torcendo para que alguém me pegue de surpresa, me deixe sem palavras, sem saber o que fazer, mas nenhum filha da mãe consegue me deixar com um sorriso bobo no rosto. Tudo anda tão igual quando o quesito é amor. Acabaram os galanteios, os xavecos são sempre os mesmo, os convites pra sair sempre para os mesmo lugares, os homens abandonaram o charme em uma gaveta e só querem saber de tornarem-se parecidos com os gostosões da novela das oito. Primeiro, meu emocional não me permite me relacionar com alguém assim, segundo, se eu quisesse mesmo um galã eu tentaria conquistar um e não perdia meu tempo dando trela pra um bando de gente normal né? 
Querer alguém normal, interessante e que seja ele mesmo, é pedir muito? Tô cansada de homens que seguem o manual, corpo perfeito, cabelo bem cortado, roupa da moda, falar moderadamente, ser misterioso, mostrar interesse nela. Mas porra, que graça tem em um bando de robôs? Ultimamente não dá nem pra dar aquela exageradinha pra sua amiga “nossa, ele é o cara mais perfeito do mundo” porque ele é perfeitamente igual a todos os outros caras do mundo. 
                                                 Paula Grando

Um comentário:

  1. É o manual que o mundo nos ensina, o homem aprende certas coisas quando tenta conquistar uma mulher e como nós somos seres simples de mais, temos a utopia que isso servirá para todas mulheres. Se acabar não servindo para uma ou outra, nós seres de intelecto altamente desenvolvido, achamos que é a mulher que está fazendo charminho e não que estamos agindo errado. É assim que nos ensinam ser, desde pequeno somos levados a acreditar nessas coisas...

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