Essa
mania de racionalizar tudo e qualquer situação me faz pensar demais e sentir de
menos, desejar demais e ter preguiça de levantar do sofá pra ir atrás. Minha
mente insana me diz “pra que ir até fulano, investir em uma conversar pra tudo
ser conforme o plano?” Cadê a graça do amor inesperado? De ser surpreendido?
Mesmo
sabendo que planejar o amor não dá certo, planejo-o. Agendo o amor – mas
desisto – remarco pra daqui dois meses; enquanto planejo cada passo que darei,
cada frase que usarei, cada olhar que lançarei; faço tudo isso torcendo para
que alguém me pegue de surpresa, me deixe sem palavras, sem saber o que fazer,
mas nenhum filha da mãe consegue me deixar com um sorriso bobo no rosto. Tudo
anda tão igual quando o quesito é amor. Acabaram os galanteios, os xavecos são
sempre os mesmo, os convites pra sair sempre para os mesmo lugares, os homens
abandonaram o charme em uma gaveta e só querem saber de tornarem-se parecidos
com os gostosões da novela das oito. Primeiro, meu emocional não me permite me
relacionar com alguém assim, segundo, se eu quisesse mesmo um galã eu tentaria
conquistar um e não perdia meu tempo dando trela pra um bando de gente normal
né?
Querer alguém
normal, interessante e que seja ele mesmo, é pedir muito? Tô cansada de homens que seguem o manual, corpo
perfeito, cabelo bem cortado, roupa da moda, falar moderadamente, ser
misterioso, mostrar interesse nela. Mas porra, que graça tem em um bando de
robôs? Ultimamente não dá nem pra dar aquela exageradinha pra sua amiga “nossa,
ele é o cara mais perfeito do mundo” porque ele é perfeitamente igual a todos
os outros caras do mundo.
Paula Grando